sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nasceu CaianA


E, como era de um costume meu,
sentei no capim, para ver o resto do sol se esconder
e, por causa do cheiro da terra, a mulher
(caroço de manga) deitou-se e sonhou...
Estava plantada, com corpo caroço de manga.
Nasceu, Cana caiana, adocicada.
Dançava com gestos da brisa,
lambida toda
do verde canavial.
Só que tinha os olhos tristes,
molhados, e não era de ovalho,
pois que eram lágrimas.
Seria levada à moenda,
em carro de boi, de boi de canga,
e lá, espremida, esbagaçada,
dela o que restaria?
Só bagaço? Não! Veriam:
o seu caldo teria os gostos,
vez do caju,
vez do araçá,
vez da pitanga!



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