"O cheiro de estrume e de terra"
Rita Brennand
Era o começo do fim do dia,
o cheiro de estrume e de terra,
hora em que a flor da noite se abria.
Encheu o peito d'um gole só,
olhou a vaca com sua cria,
olhou o céu que já se acendia
e tudo era puro magia e encanto.
Pensou que era em noite assim
que Deus fazia
nascer na terra um homem Santo.
Pensou que dormia,
não estava na terra,
também não dormia.
Um sopro de vida no vento zunia.
E a voz dentro dela
o gozo, o espanto,
e a voz dentro dela
em morno acalanto.
Por Deus!
Eu queria tanto.
E o corpo era a terra
úmida e quente
onde a doce semente
de homem caía.
"O cântico da Terra"
Cora Coralina
"Le tigre"
William Blake
o cheiro de estrume e de terra,
hora em que a flor da noite se abria.
Encheu o peito d'um gole só,
olhou a vaca com sua cria,
olhou o céu que já se acendia
e tudo era puro magia e encanto.
Pensou que era em noite assim
que Deus fazia
nascer na terra um homem Santo.
Pensou que dormia,
não estava na terra,
também não dormia.
Um sopro de vida no vento zunia.
E a voz dentro dela
o gozo, o espanto,
e a voz dentro dela
em morno acalanto.
Por Deus!
Eu queria tanto.
E o corpo era a terra
úmida e quente
onde a doce semente
de homem caía.
04/12/1979
"O cântico da Terra
Cora Coralina
Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
"
William Blake
Tigre, tigre, Qui flamboie
Dans lês forêts nocturnes,
Quelle main, quel oeil immortel
Put adjuster ta terrifiante symétrie?
Dans quell abîme, dans quels
Cieux lointains
A brûlé le feu de tes yeux?
Quelle aile osa s,y élever?
Quelle main, osa saisir ce feu?
Quel bras, quel art surent tordre
Les fibres de tom coeur?
Et quand ton coeur se mit á battre
Quelle main, quels pieds, redoutable?
Quels furent le marteau et la chaîne
Dans quel brasier fut ton cerveau?
Quelle fut l,enclume? Quelle
Terrible étreinte
En osa saisir l,effroi mortel?
Quand les étoiles jetérent leurs lances,
Rafraîchissant le ciel et leurs pleurs
DIEUX sourit-il voyant son oeuvre?
CELUI Qui créa l-Agneau
T,a – t – il créé??
"La Tour de Babel"
Jean Richepin
Plus haut! Plus fort! Ces hauts piliers
Soulevez! Tour sur la tour! Espaces,
Colossal terrasses sur les larges terrasses
Perdre de vue de, haut et loin à la terre et les mers!
Laissez-nous toucher la main avec les traces étoilé!
Plus d'arcades! Plus les murs par milliers!
Montons à jamais! Jusqu'à ce qu'il bleue dans l'air
Soit le signal fort de nos démarches.
Mais notre fierté, s'armer de patience
La Tour de Babel continue à construire,
Création de Religion, Art, de l'industrie, des sciences.
En vain! Parce que cette tour, comme la brume instable,
Une illusion qui n'existe que dans l'esprit,
Et le ciel nous échappe. Le ciel se retire. Le ciel s'efface.
Soulevez! Tour sur la tour! Espaces,
Colossal terrasses sur les larges terrasses
Perdre de vue de, haut et loin à la terre et les mers!
Laissez-nous toucher la main avec les traces étoilé!
Plus d'arcades! Plus les murs par milliers!
Montons à jamais! Jusqu'à ce qu'il bleue dans l'air
Soit le signal fort de nos démarches.
Mais notre fierté, s'armer de patience
Création de Religion, Art, de l'industrie, des sciences.
En vain! Parce que cette tour, comme la brume instable,
Une illusion qui n'existe que dans l'esprit,
Et le ciel nous échappe. Le ciel se retire. Le ciel s'efface.
