Afundo os pés no barro que, submisso, se esparrama.
Percebo a docilidade dessa matéria que me atrai.
Ela brinca com os meus sentimentos.
Ela atiça os meus desejos.
Estou enredada em suas curvas,
ela me toma em suas dobras,
acaricia e negaceia __ me alucina
Eu a observo.
Em meus devaneios, me faço dócil,
me submeto aos seus caprichos,
descubro sua sensibilidade.
Ela, me espreita.
É assim que aprendo a domá-la.
Ela decalca meus gestos,
retém os meus rastros.
Me atrevo a rasgá-la,
me encanto com a fenda que o gesto deixou,
nos enredamos numa dança de bêbados.
Quem Ela?
Quem Eu?