Desapareço nesse som desvairado,
nesses abismos desapareço.
Me estanco o gemido do corpo,
me estanco o suor e o querer tanto,
estanco o que me escorre.
Brigo com os lobos que brigam em mim.
Desato o nó da garganta.
Agora uivo com os lobos que uivam em mim.
A mata selvagem acende os olhos
atentos, agudos,
olhos dos bichos,
olhos divagando,
olhos que não vêem,
que apenas olham, respirando.
Deixo-me alucinar pelas paisagens tantas
que me atravessam!
Entrego-me como se fosse corolas
das flores abertas.
Acho-me nas línguas doces dos felinos.
Agora quero silêncio nessa selva.
E, nesse silencioso negrume desse som,
Perder-me de mim.
Perder-me de mim.
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